Pr. Fabiano Rocha
Em toda parte e porção da Escritura somos exortados e ensinados a orar. Ela é um meio pelo qual lançamos aos pés de Cristo toda a nossa ansiedade, descansando nossos corações aos seus cuidados. É a forma como nos comunicamos pessoalmente com Deus, derramando nossa alma em sua presença. Nela expressamos nossa profunda reverência ao Senhor, nosso amor por sua retidão, justiça e santidade, nossa gratidão por seus benefícios diários, nos ocupamos intercedendo pelos nossos irmãos e oramos por todos os homens a fim de vivermos vidas quietas e sossegadas. É também onde expressamos nossas tristezas em confissão pelas transgressões praticadas e nossa submissão à autoridade do Senhor. Isso não é uma opção, mas um exercício diário de uma vida alcançada pelo favor divino e recriada para a comunhão com Deus. Mas, não obstante sermos consolados, encorajados com essas verdades e podermos desfrutar desse grande meio de graça chamado oração, somos sempre negligentes nesse serviço, nos olvidamos sempre em praticá-la em nosso viver diário. Jesus exortou os discípulos a vigiar e orar sempre para que eles não caíssem m em tentação (Mc 14:38).
Em todo o tempo o Mestre orou, demonstrando em todos os aspectos sua profunda dependência de Deus, bem como buscando a direção do Pai para cumprir o propósito para o qual Ele veio. Assim como os discípulos foram desafiados por Jesus a orar e vencer a sonolência a que foram acometidos, também somos diariamente chamados e convocados à oração para vencermos os desafios das nossas vidas, as tentações que nos cercam e o pecado que tenazmente nos assedia. Orar é sempre um desafio para a nossa geração, sempre ocupada e agitada pelas coisas da vida. Devemos perseverar em oração. A palavra perseverar quer dizer persistir, permanecer firme num propósito, fazer com constância, ir até o fim. Oração deve ser um propósito firme na vida de todo cristão. Devemos ser persistentes, ir além, desenvolver de forma constante uma vida de oração. O desafio aqui é vencer o pragmatismo e o imediatismo, perseverando nesse santo dever. É se desvencilhar de tudo aquilo que nos embaraça. Devemos implorar ao Senhor que subjugue qualquer rebeldia do nosso coração, que nos ajude a vencer os obstáculos, a sonolência e a negligência.
Portanto, isso é mais do que um meio de graça, é um grande privilégio. Temos acesso ousado em oração. A rainha Maria da Escócia não estava fora de si quando disse que temia as orações de John Knox mais do que a um exército. Uma vez admitida a doutrina do teísmo, ou seja, a existência de um Deus pessoal e seu controle sobre todas as coisas, remove-se toda a dúvida. Permanece para nós e para todo o povo de Deus, em todos os tempos, a grande fonte de alegria e forças espirituais, garantia para o presente e confiança para o futuro. “O Deus de Jacó é o nosso refúgio”, já dizia o salmista (Sl 46:7). Oremos em todo o tempo.
Fabiano Rocha é pastor da Igreja Batista Reformada de Taguatinga