MEDITANDO NO TRABALHO MISSIONARIO

Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.

Isaías 6:8

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A INQUESTIONÁVEL SOBERANIA DE DEUS SOBRE SUAS CRIATURAS (RM 9)



Sl 45:9: “ai daquele que contende com o seu criador. Por acaso o barro pode dizer ao oleiro: o que você está fazendo?”.
Pr. Fabiano Rocha

A vontade de Deus revela de forma muito clara o seu caráter bem como seu atributo de autodeterminação mediante o qual Ele age de acordo com o seu eterno poder. A dimensão da vontade divina revelada em sua Palavra permite-nos reconhecer que ninguém além de Deus é o fundamento de toda a existência e de tudo o que acontece. Tudo o que se desenrola no palco da história é fruto da determinação divina. Sua vontade é soberana e livre. Seu propósito é todo abarcador, não ficando nenhum aspecto de fora. Isso se estende até mesmo à entrada do pecado no mundo, visto que até a transgressão do homem atenderá de forma perfeita ao Seu propósito eterno. A sua graça será exaltada na salvação do santos, bem como sua justiça será vindicada na condenação dos reprovados. Ninguém pode resistir à vontade de Deus, que tudo faz segundo o seu próprio conselho.

Ele tornou-se conhecido como Aquele que tem um plano soberano, cuja vontade jamais será frustrada. Seu propósito é imutável e jamais pode estar condicionado ou sujeito a qualquer coisa que esteja fora dele mesmo. A finalidade é declaradamente sua própria glória, ou seja, a manifestação da sua própria grandeza. Não há outra maneira de interpretarmos a criação ou a história se não colocarmos Deus como a causa primeira de todas as coisas. Tudo o mais é secundário. Toda a criação está a serviço dele e não Ele a serviço e capricho de sua criação. Há uma imagem muito elucidativa na Escritura que expressa muito bem essa relação de Deus com suas criaturas: a figura do oleiro e do barro. A imagem descreve Deus como o grande oleiro e suas criaturas como o barro. É Ele que modela o barro conforme a sua própria vontade e propósito. Sendo assim, Ele tem o direito sobre a sua criação. Paulo utiliza essa figura em Rm 9:20, através da pergunta: “Quem és tu o homem?”. A Escritura nos questiona no sentido de pensarmos sobre quem somos e que relação existe entre nós e Deus, através dessa ilustração.

A figura do oleiro pode até não ser muito comum para nós nos dias de hoje. Alguém pode jamais ter visto a imagem de um homem sentado diante de uma roda, trabalhando com o barro e fazendo vasos de várias espécies, para diferentes finalidades. Mas nos tempos antigos, na Palestina, essa era uma figura bastante presente. A interpretação dessa ilustração nos mostra que jamais podemos inverter as coisas, colocando o oleiro no lugar do barro, ou como fazendo como diz no Sl 45:9: “ai daquele que contende com o seu criador. Por acaso o barro pode dizer ao oleiro: o que você está fazendo?”. Quem pode questionar com arrogância os feitos de Deus? Porém, embora seja a figura muito viva e explicativa, sua interpretação reserva cuidados. Não devemos absolutizar à ilustração em detrimento da realidade. O que se quer ensinar é a distância, a disparidade que existe entre Deus e suas criaturas. Mas jamais negar que os homens são seres morais e responsáveis diante de Deus. O Senhor é soberano, tem um plano infalível que engloba todas as coisas, até mesmo o destino eterno dos homens. Ele, como oleiro, tem poder para de uma mesma massa fazer vasos para destinação honrosa e outros para destinação desonrosa, mas de nenhum modo Ele isentou os homens de suas responsabilidades para com sua vontade revelada. Deus tem poder para agir como quer sobre toda a massa caída , exercendo misericórdia sobre alguns e ira sobre outros, compadecendo-se de alguns e endurecendo outros. Mas devemos reconhecer e estar bem conscientes de que somos totalmente responsáveis diante Dele.
Fabiano Rocha é pastor da Primeira Igreja Batista Reformada de Taguatinga - DF.