MEDITANDO NO TRABALHO MISSIONARIO

Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.

Isaías 6:8

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

A Divine Cordial (“Um Tônico Divino”) de Thomas Watson



Trecho da obra A Divine Cordial (“Um Tônico Divino”), de Thomas Watson,
publicada pela primeira vez em 1663.

“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito.” (Romanos 8.28)


2. As promessas de Deus cooperam para o bem do homem piedoso.
As promessas são anotações nas mãos de Deus; não é bom termos segurança? As promessas são o leite do evangelho; e não é o leite para o bem da criança? Elas são chamadas “preciosas promessas” (2Pe 1.4). Elas são tônicos para a alma que esta a ponto de desmaiar. As promessas são cheias de virtude.

Estamos nós sob a culpa do pecado? Há uma promessa, “o Senhor [é] compassivo e grande em misericórdia” (Êx 34.6), na qual Deus, por assim dizer, põe Seu glorioso bordado e estende Seu cetro de ouro para encorajar pecadores pobres e hesitantes a se achegarem a Ele. “O Senhor, misericordioso.” Deus está mais disposto a perdoar do que a punir. A misericórdia abunda em Deus mais do que o pecado em nós. Misericórdia é a Sua natureza. A abelha naturalmente produz mel; ela ferroa apenas quando é provocada. “Mas”, diz o culpado pecador, “eu não mereço misericórdia”. Ainda assim, Ele é gracioso: Ele demonstra misericórdia, não porque nós merecemos misericórdia, mas porque Ele se deleita na misericórdia. Mas o que isso significa para mim? Talvez meu nome não esteja entre aqueles que são perdoados. “Ele usa de misericórdia para milhares” (cf. Jr 32.18). A casa do tesouro da misericórdia não está falida. Deus tem muitas riquezas disponíveis, sendo assim, por que você não viria para tomar parte entre os Seus filhos?

Estamos nós sob a podridão do pecado? Há uma promessa que coopera para o bem: “Curarei a sua infidelidade” (Os 14.4). Deus não apenas concederá misericórdia, mas também graça. E Ele fez uma promessa de enviar o Seu Espírito (Is 44.3), o qual, por Sua natureza santificadora, é às vezes comparado nas Escrituras à água que limpa o vaso; à peneira que joeira o milho; às vezes, ao fogo que refina o metal. Assim, o Espírito de Deus há de purificar e consagrar a alma, tornando-a participante da natureza divina.

Estamos nós em grande tribulação? Há uma promessa que coopera para o bem: “Na sua angústia eu estarei com ele” (Sl 91.15). Deus não leva o Seu povo à tribulação e os deixa lá. Ele os acompanhará; Ele sustentará suas cabeças e seus corações quando eles estiverem desmaiando. E há outra promessa: “Ele é a sua fortaleza no dia da tribulação” (Sl 37.39). “Oh”, diz a alma, “eu hei de desmaiar no dia da aflição.” Mas Deus será a força do nosso coração; Ele trará as Suas forças para junto de nós. Ou ele fará a Sua mão mais leve, ou tornará a nossa fé mais forte.

Tememos nós necessidades exteriores? Há uma promessa: “Aos que buscam o SENHOR bem nenhum lhes faltará” (Sl 34.10). Se for bom para nós, haveremos de tê-lo; se não for bom para nós, então será retido, e isso será para nosso bem. “Eu abençoarei o vosso pão e a vossa água” (Êx 23.25). Essa benção cai como doce orvalho sobre a folha; ela adoça o pouco que possuímos. Deixe-me ter necessidade, para que eu possa ter a benção. Mas temo eu não ter um meio de subsistência? Examine as Escrituras: “Fui moço e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão” (Sl 37.25). Como nós devemos entender tal declaração? Davi fala a respeito disso como a sua própria observação; Ele nunca contemplou tal eclipse, ele nunca viu um homem piedoso tão rebaixado ao ponto de não ter um bocado de pão para colocar na boca. Davi nunca viu o justo e a sua descendência em falta. Embora o Senhor possa provar pais piedosos por um tempo, pondo-os em necessidade, ele não fará o mesmo com a descendência dele; a descendência dos piedosos será provida. Davi nunca viu o justo mendigando pão, ou desamparado. Embora ele possa ser posto em grande aperto, ele não é desamparado; ele ainda é um herdeiro do paraíso, e Deus o ama.

Pergunta: Como as promessas cooperam para o bem?
Resposta: Elas são alimento para a fé, e aquilo que fortalece a fé coopera para o bem. As promessas são o leite da fé; a fé suga delas os nutrientes, como a criança os suga do peito. “Jacó teve medo e se perturbou” (Gn 32.7). Seu espírito estava prestes a desmaiar, e agora ele vai para a promessa: “E disseste: Certamente eu te farei bem” (Gn 32.12). Essa promessa foi o seu alimento. Ele adquiriu tanta força dessa promessa que foi capaz de lutar com o Senhor a noite toda em oração, e não deixou Ele ir até que o houvesse abençoado.

As promessas são também fontes de alegria. Há mais nas promessas para nos dar conforto do que há no mundo para nos causar perplexidade. Ursino [1] foi confortado com esta promessa: “Da mão do Pai ninguém as pode arrebatar” (Jo 10.29). As promessas são tônicos para aqueles que estão desmaiando. “Não fosse a tua lei ter sido o meu prazer, há muito já teria eu perecido na minha angústia” (Sl 119.92). As promessas são uma rede para puxar o coração e impedi-lo de afundar nas águas profundas da angústia.

[1] Nota do Tradutor: Talvez, uma referência a Zacarias Ursino, um dos autores do Catecismo de Heidelberg. Você pode ler uma breve biografia a respeito dele no blog Reforma & Razão.
Por Thomas Watson. Original: A Divine Cordial By Thomas Watson
Tradução: voltemosaoevangelho.com

Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor, seu ministério e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.

Leia mais: http://voltemosaoevangelho.com/blog/2012/05/thomas-watson-as-melhores-coisas-25/#ixzz2KdFP13fh

sábado, 9 de fevereiro de 2013

A IMUTABILIDADE DE DEUS



*Fabiano Rocha

Mas tu, SENHOR, permanecerás para sempre, a tua memória de geração em geração. Salmos 102:12 

Os atributos de Deus podem ser definidos como comunicáveis ou incomunicáveis. Os atributos incomunicáveis são aqueles em que Deus torna-se distinto de suas criaturas. São atributos dos quais nós não participamos. Diferente dos atributos comunicáveis. Os homens foram criados à imagem e semelhança de Deus. Com isso, possuímos aspectos do ser de Deus que foram comunicados a nós. Temos condições de amar, sermos pacientes, exercer justiça e sermos bondosos, mas não podemos ser onipresentes, onipotentes, oniscientes, nem independentes (autônomos). Essa divisão do ser de Deus não quer dizer que Ele seja divido, mas é um recurso didático que possibilita uma melhor noção da forma como Deus se revelou. Um dos atributos de grande evidência em tudo aquilo que Deus realiza, e que podemos caracterizá-lo como incomunicável é a sua imutabilidade. Esse aspecto do seu caráter revela que tudo o que Deus decretou está fundamentado em sua vontade soberana e que nada do Ele que planejou fazer carece de perfeição.

Deus é imutável não somente em seu ser, mas também em suas perfeições, propósitos e promessas. A marca registrada dos projetos e intentos humanos é a imperfeição, as mudanças de propósitos e a alteração de planos. Nós, com freqüência precisamos ponderar e voltar atrás muitas vezes. Isso por que nossos planos são marcados por nossa limitação, imperfeição e mutabilidade. Porém em Deus não há mudança nem sombra de variação. Tudo o que Ele planejou fazer e está executando, está plenamente de acordo com o seu ser e com o seu plano traçado desde a eternidade.

O salmista, no salmo 102, demonstra por meio de contraste o que também podemos chamar de inalterabilidade de Deus. O poeta coloca de um lado a terra e o céu e do outro a pessoa de Deus. E a conclusão que chega é a pura verdade: “em tempos remotos, lançastes os fundamentos da terra, e os céus são obras das tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permaneces, todos eles envelhecerão como uma veste, como roupa os mudarás, e serão mudados. Tu, porém permaneces o mesmo, e os teus anos jamais terão fim”. Deus exorta o povo de Israel utilizando aspectos do seu próprio caráter imutável, quando diz por intermédio do profeta: “Porque eu, o Senhor, não mudo, por isso vós não sois consumidos” (Ml 3:6). Não havia outra razão para tanta paciência divina para com aquela nação que fora tão rebelde e obstinada. Quando lemos as narrativas históricas, vemos a longanimidade da parte de Deus para com eles. A maneira correta de se compreender aquela paciência em suportar tanta rebeldia não é olhando para os rebeldes e sim para o próprio ser de Deus. A única razão está na imutabilidade do Criador.

Essa verdade parece simples e abstrata ou até mesmo distante de uma relação prática para com tudo o que nos cerca e para com as nossas vidas. Mas imaginemos a possibilidade de Deus constantemente mudar de idéia. Ou se aquilo que prometeu há séculos atrás hoje não estivesse mais de pé! Que terror e que incerteza seriam para nós crermos em todas as suas promessas e planos. Mas não há essa possibilidade. Podemos ter a plena certeza de que tudo aquilo que Ele prometeu fazer irá cumprir e fazer acontecer de forma perfeita e imutável. Não somente porque vimos se cumprir no tempo muitas promessas feitas por Ele, mas porque Ele é perfeito e imutável.
Fabiano Rocha é pastor da Primeira Igreja Batista Reformada de Taguatinga-DF

ADOÇÃO (PARTE 2)


Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. Romanos 8:15

A maioria das pessoas provavelmente nasceu em uma família amorosa, ao invés de ser adotado por uma. Mas no que diz respeito à família de Deus, tanto o nascimento quanto a adoção acontecem aos crentes de uma só vez. Qualquer eleito, quando crê em Jesus, nasce de novo e também é aprovado por Deus em Sua família. A palavra grega para “adoção” vem de duas palavras juntas: huios, que significa “filho”, e thesis, que significa “uma colocação”. Assim, a palavra significa “colocação em filiação”. A palavra grega é um termo jurídico que indica que aos crentes têm sido dado todos os privilégios legais de serem filhos na família de Deus. Quando Deus adota os crentes como Seus filhos, Ele coloca o Espírito de Seu Filho em seus corações para que se tornem, de fato, seus filhos natos. Como tal, eles não são apenas “adotados” (no sentido da que palavra agora transmite), mas verdadeiramente “gerados” por Deus. Deus faz “filhos de Deus” de “filhos dos homens” ( Rm 8:15; Gl 4:5; Ef 1:5).

De acordo com o Novo Testamento, todas as pessoas são pecadoras por natureza e, portanto, são chamados de “filhos da ira” (Ef 2:3). Mas pela graça de Deus, aqueles a quem Deus ama, tornam-se filhos de Deus (1 João 3:12). É do amor de Deus e também da obra do Filho de Deus que os crentes podem ser adotados na família de Deus. Enquanto os crentes são chamados filhos de Deus nas Escrituras (cf. Mt. 5:9; Rom. 8:14, 19; Gal. 3:26), o título “Filho de Deus”, quando usado para Jesus Cristo, refere-se a divindade de Cristo (Mat. 11:25-27; 16:16-17). Jesus Cristo é um em substância e glória com Deus Pai. Como a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, Cristo é distinto do Pai como “o Filho unigênito.” Os crentes em Cristo, embora “adotados” como filhos de Deus, não são iguais com o Filho Divino. No entanto, através do trabalho do Filho, Deus tem aprovado os pecadores em sua família (Ef 1:4-6).
Através de Sua morte e ressurreição, Jesus destruiu o pecado e a sua pena de morte, e cobriu os crentes com a justiça necessária para o status de serem filhos de Deus. Os crentes são os beneficiários da obra de Cristo. Eles são transformados em herdeiros de Deus e se tornam co-herdeiros de Cristo (Rm 8:17). E como filhos de Deus, eles recebem o Espírito, que garante que eles são de fato filhos de Deus (Romanos 8:15; Gal. 4:6). Eles podem legitimamente chamar Deus: “Pai” (Rm 8:15-16). Embora os cristãos já estejam adotados na família de Deus (1 João 3:1), eles não irão sentir o que realmente significa ser filhos de Deus até que sejam ressuscitados dentre os mortos (Rm 8:21- 23). Só então os crentes receberão sua herança integral de seu Pai Divino, só então eles desfrutarão de viver permanentemente em Sua presença.”

Fonte: Holman Treasury of Key Bible Words de Eugene E. Carpenter e P h i l i p W . C o m f o r t . D i s p o n í v e l e m h t t p : / / bibliotecabiblica.blogspot.com.br/2009/12/doutrina-adocao-novo-testamento.html. 

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Compartilhe as Doutrinas da Graça!

Esta tabela - abaixo - foi desenvolvida com esta mentalidade, com o objetivo de tornar o estudo das doutrinas da graça algo prático. Lendo versículo por versículo, deixando que um verso ilumine o entendimento dos demais, e assim, chegando a uma compreensão do conselho bíblico sobre o assunto. Ela é, também, um incentivo a uma argumentação mais bíblica, e a deixar de lado a discussão estéril, baseada na opinião própria.

"Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, [...] ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado" - Mt 28v19-20.


BAIXE EM PDF OU JPG AQUI:
http://www.firelandmissions.com/#!as-doutrinas-da-graca/c1ffz

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

ALIVIANDO A FOME TEOLÓGICA NA ÁFRICA

disponivel em http://www.blogfiel.com.br/2013/01/aliviando-a-fome-teologica-na-africa.html#more-5877
por Vinícius Musselman Pimentel
Entrei recentemente para o time do ministério Fiel e estou cada vez mais surpreso com o empenho dessa equipe, não só em fazer um bom trabalho, mas sobretudo em apoiar a igreja de Deus, como afirma nossa missão. A Fiel não quer só publicar um livro e disponibilizá-lo apenas para quem tem dinheiro para comprar. Almejamos mais. Novamente, queremos apoiar a igreja de Cristo.
 Como fruto desse desejo de ver igrejas saudáveis, a Editora Fiel firmou uma parceria com o ministério 9 Marks (9 Marcas) e o The Gospel Coalition International Outreach (Alcance Internacional da Coalizão pelo Evangelho), com o propósito de aliviar a fome teológica na África. Cremos que a palavra de Deus é a verdade, independente da cultura, e, por isso, queremos enviar 300 kits para os seminários, as escolas bíblicas e as igrejas nos países lusófonos da África. O kit contém:
Eu desenvolvi esse guia de estudo e, por isso, estive em contato profundo com todo o curso e com o conteúdo das Nove Marcas. Estou convencido da sua importância tanto para as igrejas na África como no Brasil. Acredito ser uma mensagem muito importante, principalmente para esta geração que sabe tão pouco sobre o que Cristo deseja para a sua Igreja.

A situação nos países de fala portuguesa na África

 O Catolicismo Romano chegou na era colonial na África e rapidamente se misturou com as tradicionais religiões animistas africanas. Esse sincretismo e ecumenismo são muito comuns e põem em risco a visão bíblica do Evangelho e da verdadeira igreja de Cristo.
A Igreja no continente africano está crescendo significativamente em número, contudo a maioria dos líderes tem pouco ou nenhum treinamento formal. Ansiando crescer numericamente, muitos abandonaram a Palavra de Deus como o guia que nos ensina em como edificar a igreja de Deus.
Houve pouquíssimo investimento na formação de líderes sadios e o treinamento informal é o mais comum. Portanto, há poucos homens preparados para ensinar a verdade bíblica de forma saudável. Este recurso ajudará a atender a essa necessidade e a trazer um treinamento que, de outra forma, estaria indisponível.
Abaixo, segue o vídeo que está disponível no site to The Gospel Coalition sobre o projeto:

Com sua ajuda vamos mais longe

 Há tanto que queremos fazer e com sua ajuda conseguimos ir mais longe. Como eu oro para que este projeto ajude a transformar aqueles pastores e seus respectivos países! Junte-se conosco em oração e considere também doar. Com uma oferta de US$ 33,00, conseguimos enviar um kit completo.
Como o projeto está sendo gerenciado pelo TGC, os depósitos têm que ser feitos com cartão de crédito internacional. Sei dessa dificuldade. Se você quer ajudar, mas não tem essa opção, considere ajudar o programa Adote um Pastor. Conheça abaixo.

Programa Adote um Pastor

Adote um Pastor é um ministério cristão, cuja missão é tornar vidas e igrejas saudáveis através da capacitação ministerial de pastores em países de fala portuguesa ao redor do mundo. Para isso, promove o acesso à literatura fundamentada em sã doutrina, a fim de que pessoas e igrejas possam crescer e se firmar no conhecimento genuíno das Escrituras.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

JESUS ENTROU NO SEU CORAÇÃO?


*Por Pr. Alexandre “Sacha” Mendes

“Jesus entrou no meu coração” e “Jesus limpou meu coração” são ideias comuns nas canções infantis evangélicas de hoje. Os adultos ensinam e as crianças cantam. Mas você já parou para pensar no que está por trás de frases assim? Em um mundo que se distancia cada vez mais de tudo o que a Palavra de Deus ensina, a apresentação do Evangelho ficou resumida a um conjunto de sentimentos momentâneos de uma rasa religiosidade Ocidenal. Entre outras coisas, falta estudo da Bíblia para compreender a natureza do coração humano. O resultado é gente convidando Jesus para entrar em um “lugar” desconhecido, para limpar uma suposta parte do corpo de significado místico. São pessoas que deixaram as canções de crianças, mas ainda vivem uma teologia infantil.

O coração é o centro de controle do Homem, de onde “depende toda a sua vida” (Pv 4.23). É lá que residem os pensamentos, intenções, crenças, desejos e atitudes. Esse centro do controle do homem também é chamado de mente, alma e espírito no Novo Testamento. De uma certa forma, são todos termos sinônimos, ou melhor, intercambiáveis (Ef 3.16, 17). Então, o coração faz referência ao homem interior como um todo. Tudo o que não pertence à composição física do homem faz parte do centro de controle, que é o homem interior (Mt 13.15).


Uma análise de diversas passagens bíblicas aponta o coração como centro de controle em três áreas principais: intelecto, afeição e vontade. Primariamente, o coração refere-se ao intelecto, que inclui pensamentos, crenças, lembranças, juízos, consciência e discernimento  (1 Rs 3.12; Mt 13.15; Mc 2.6; Lc 24.38; Rm 1.21; 1 Tm 1.5). Outra parte do centro de controle do homem é composta pelas afeições: os sentimentos ou emoções  (Dt 28.47; 1 Sm 1.8; Sl 20.4; 73.7; Ec 7.9; 11.9; Is 35.4; Tg 3.14;). A terceira área do coração é a vontade. A vontade é o aspecto da parte da pessoa interior que escolhe ou determina ações (Dt 23.15-16; 30.19; Js 24.15; Sl 25.12).

Porém, essas três características do coração não devem ser encaradas como entidades distintas e isoladas. O homem interior não pode ser entendido isolando suas divisões funcionais, mas na sua unidade de essência. Intelecto, afeição e vontade trabalham em cooperação mútua e não existem isoladamente. O coração é como um diamante com facetas distintas, chamadas de intelecto, afeição e vontade. Porém, todas fazem parte da mesma preciosidade: o coração. Portanto, a dinâmica do centro de controle humano envolve o pensamento como orientador do juízo de valores, que alimenta o desejo. Por sua vez, o desejo é resultado do direcionamento da vontade. E a rede de valores e desejos alimentam as afeições, que influenciam nas decisões. Essa é uma dinâmica tão difícil de descrever quanto de separar suas partes. Cada uma delas desempenha um papel importante na influência das demais.

Então, tudo o que é estudado com relação às diversas áreas da vida deve ser aplicado ao nível do coração, pois ele representa quem o homem verdadeiramente é (Pv 27.19). Meras mudanças comportamentais não irão promover transformação genuína na vida de ninguém. A transformação que agrada a Deus deve acontecer no nível do coração, é lá que está o real problema (2 Co 3.15) e o centro de controle de todo o homem. Somente um coração transformado pela graça de Cristo pode cumprir o propósito original da criação (2 Co 4.6).

A implicação dessa definição é que todo e qualquer problema do Homem está relacionado ao coração. Quem você irá amar mais: Deus ou a si mesmo? Somente o Espírito Santo, através da Palavra de Deus, pode revelar a verdade por trás de decisões tomadas no coração humano (Hb 4.12). Então, “Jesus entrou no seu coração”? “Jesus limpa seu coração”? Em outras palavras, quem está no comando? Jesus é Senhor sobre seus pensamentos, seus desejos e suas afeições? O Senhor Jesus está limpando seu coração num processo de renovação de sua mente? Sua vontade está direcionada para agradar a Deus? Suas emoções são despertadas pelo que é puro, santo, agradável, verdadeiro? Em outras palavras, santificação progressiva é uma realidade no nível de seu intelecto, vontade e emoção ou apenas uma doutrina de velhos e ultrapassados teólogos?

*Alexandre Mendes é conhecido como “Sacha” desde que se conhece como gente. Nascido em Belo Horizonte, cresceu em São Paulo capital e Atibaia. Sacha é formado em Economia pela Universidade São Paulo, Teologia pelo Seminário Bíblico Palavra da Vida, mestre em Aconselhamento Bíblico – M.A. – pelo The Master’s College (Santa Clarita, CA, EUA) e mestrado em Divindade – M. Div. – pelo Faith Bible Seminary (Lafayette, IN, EUA). É casado com a Ana desde junho de 2007 e pai do Pedro desde julho de 2009. Atualmente Sacha serve como pastor na Igreja Batista Maranata em São José dos Campos.

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